No dia 12(doze) de abril deste ano o Supremo Tribunal Federal (STF) autorizou, por meio de oito votos a favor e apenas dois contra, o aborto de bebês anencéfalos.
Manifesto meus encômios aos oito Ministros que lançaram seus votos positivamente à interrupção da vida de fetos que parcial ou totalmente não possuem cérebros; afinal de contas a nossa espécie humana é diferenciada de todas as outras formas de vida pelo fato de sermos seres pensantes e com capacidade de desenvolver a inteligência, o que não ocorre com uma criança, que desde o ventre já lhe é confirmada a ausência do centro da vida inteligente- o cérebro. Assim deixaram que a infeliz mãe escolha pelo nascimento da criancinha impensante e que normalmente terá horas ou dias de vida, ou que interrompa o processo de gestação, isso quando o fenômeno não ocorre espontaneamente, como é bastante comum.
Mas quanto aos Ministros que decidiram por não autorizar o aborto dos anencéfalos? Também elogios merecem, pois, com maior intensidade que os seus pares (que votaram em sentido diverso) demonstraram o reconhecimento do maior bem tutelado: a vida. Sim, vida... mesmo que sem consciência dela mesma por quem a detenha (os anencéfalos). Acredito que esses dois "Doutores da Lei" contemplam a vida por uma ótica ainda mais transcendental e que sejam amantes fervorosos das Escrituras Sagradas, e seguidores da Máxima: "O Senhor é o que tira a vida e a dá; faz descer a sepultura e faz tornar a subir dela".( 1 Samuel 2:6). Afinal o Direito que tem seu alicerce baseado no bem comum e no binômio: Segurança e Justiça, em nada impede que o julgador mesmo que de modo inconsciente coadune sua decisão pelas convicções adquiridas ao longo de sua vida, incluindo nestas a de caráter espiritualista.
Nessas linhas finais sintetizo: por um lado a maioria dos Ministros que conseguiram autorizar o aborto dos anencéfalos demonstraram assim uma decisão que reflete a valorização da vida inteligente; por outro, aqueles dois que foram contra tal prática registraram o quanto valorizam a vida humana da forma como ela desejar pulsar mesmo que por um lapso insignificante de tempo. É como se nas entrelinhas de suas votações estivesse escrito: "O espírito sopra onde quer", ou seja, num corpo com cérebro ou não.
Reflita!
(Autor do Blog)
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